A História Brasileira do Tricô tem forte relação com Monte Sião (MG), região colonizada pelos imigrantes italianos. Eles se instalaram ao sul de Minas Gerais, região alta, de clima frio.
Graças a eles, a região encontrou seu desenvolvimento.
Com muita vontade de trabalhar, esperança de ter uma vida melhor e muita fé em Deus, os italianos tombaram as terras e plantaram café. Até que um dia, sem estímulos, a agricultura deixou de existir.
Mas o povo italiano trouxe algo a mais que marcou, definitivamente, o dia-a-dia do montesionense. Ao aportar nestas terras, esse povo lutador trouxe na mala seus costumes e tradições. Dentre eles, uma arte, que faz Monte Sião ser famosa em todo o Brasil e até no exterior: o Tricô.
As mulheres, que até então esperavam o lucro da agricultura para alimentar os filhos, puseram fé no fio de lã e com muita habilidade no uso das agulhas iam tecendo o que jamais imaginaram: uma economia forte.
Para ajudar no sustento faziam peças de tricô e iam para a praça pública vendê-las. Foi um sucesso.
Sabendo dessa habilidade regional, em 1965 um dos diretores da empresa Lanofix do Brasil, S/A, Sr. Pieroni, mostrou aos montesionenses a primeira máquina de tricô, em demonstração realizada no melhor hotel da cidade.
Aí entrou em cena Dona Iracema Andreta Francisco: foi ela quem comprou, com dificuldade, a primeira máquina de Monte Sião. A velha e boa Lanofix. Quando a máquina chegou foi um alvoroço.
Esta máquina está exposta no museu histórico e geográfico, pertencente à Fundação Cultural "Pascoal Andreta", entidade sem fins lucrativos, local onde todo turista que passar por Monte Sião não pode deixar de visitar.
Foi no começo da década de 70 que o tricô saiu das praças para entrar numa nova etapa. "Fui eu quem começou tudo isso", declara Dona Iracema, que conseguiu criar todos os filhos, sendo que uma delas se casou com um vestido de tricô feito pela mãe
De lá para cá, muita coisa mudou. As mulheres ensinaram os homens e hoje existem na cidade casos como o de Belmiro Carlos Odinino que, sem se render as grandes evoluções tecnológicas das máquinas, produz, com uma Elgin, 25 macacões de bebê por dia. "Tenho bons lucros e uma vida boa, a família está satisfeita", finaliza o micro-empresário.
Andreta, Ondino, Bernardi, Labegalini, Canela, são sobrenomes que traduzem a força do sangue italiano no sucesso de Monte Sião. Italianos que se tornaram mineiros, ou italianas que se tornaram mineiras.
Mulheres fortes que hoje se orgulham da tradição que consolidaram.
Atenção: adaptação de texto publicada a partir do site da Associação Comercial e Industrial de Monte Sião (MG) - ACIMS