Não é segredo para ninguém que temos por objetivo ensinar um tricô que seja, se não uma atividade principal, pelo menos uma boa forma de rendimento adicional. Sabemos perfeitamente dos tricôs absurdamente lindos que podemos ver em blogs, Instagram, grupos, revistas, passarelas, etc e que podem ser feitos iguais ou adaptados às nossas máquinas.
Mas esse tricô artístico, exclusivo ou sofisticado, não é o melhor tricô lucrativo. Por isso nos dedicamos ao tricô comercial, aquele que é bem feito, mais rápido de ser feito, com ótima modelagem e acabamento caprichado. Além disso, claro, por não ser um tricô que precise ser caro, vai gerar um mercado (para as tricoteiras) bastante interessante.
O que é preciso para se obter um bom rendimento se nosso tricô não pode ser caro? Qual é o pulo do gato?
OTIMIZAR o trabalho para ter uma boa produtividade. E isso passa por várias etapas a começar pelo conhecimento completo e pleno da máquina de tricô (suas funções, recursos e possibilidades).
Sem conhecer TUDO da sua máquina você jamais vai conseguir otimizar o trabalho. Uma alavanca usada num momento errado e tudo vai por água abaixo. E dá-lhe desmanchar, o que é PREJUIZO, mesmo que seja apenas de tempo.
Então dedique-se a conhecer COMPLETAMENTE o manuseio da sua máquina, o que inclui botões, alavancas, cartelas, frontura, tensor, carro de verão ou qualquer outro acessório que tenha.
Depois aprenda a fazer o PROJETO do seu trabalho. Esquema desenhado, receita anotada, nome da cliente, tamanho, fio usado, cores utilizadas, detalhes outros que você ache importante registrar. Confira a receita.
Essa anotação ficará depois no SEU ARQUIVO com o nome da pessoa que usará essa roupa. Se você produzir para estoque, poderá usar esse mesmo projeto para tricotar várias outras peças em outras cores ou não.
Padronizar procedimentos é outro fator que melhora muito a produtividade.
Planeje a produção de forma a que o tempo renda melhor: fazer várias calças compridas uma depois da outra agiliza MUITO pois a gente decora a receita, os procedimentos, etc.
Costurar na máquina de costura todas as roupas possíveis num mesmo dia, economiza muito tempo.
Produzir várias peças de um mesmo tamanho também é interessante. Ou várias da mesma cor (trocar os fios sempre nos come um tempo precioso na otimização do nosso trabalho).
O pulo do gato está, sim, no conjunto conhecimento/planejamento.
Estude SEMPRE. Pratique as melhores técnicas e compreenda que não existe o certo absoluto na produção do tricô. Cada roupa exige um tipo de conhecimento, de forma de fazer.
Aliás, a tricoteira que acha que a sua forma de fazer é a única correta desconhece muito do tricô à máquina. Existe a MELHOR forma de fazer, jamais a única (e sempre depende do que estivermos tricotando).
Um detalhe super importante para a otimização do trabalho de toda tricoteira: aprenda a ser AMBIDESTRA na máquina de tricô, ou seja, a fazer com a “outra mão” tudo o que você faz com a mão confortável (direita se você for destra, esquerda se for canhota). Não, isso não é difícil se você TREINAR e TREINAR e TREINAR.
Requer apenas treino pois o cérebro tem que ser ENSINADO a coordenar o movimento de mais de 15 músculos para que você consiga fazer um arremate, seja de que tipo for.
O seu cérebro precisa espelhar a percepção visual (pois o arremate vai mudar de lado) e sincronizar isso com o movimento das suas mãos.
Você achar que é difícil?
Tente usar o mouse do computador com sua mão “não habitual”. Imagine que quebrou o braço com o qual usava o mouse.
Sim, o seu cérebro vai reaprender e usar o mouse com a mão oposta de forma muuuito natural e produtiva, bem mais rápido do que você possa imaginar.
Em alguns dias você estará “craque”. Experiência própria!
E sim, isso vai facilitar e otimizar MUITO o seu trabalho. Sua produtividade vai aumentar, a qualidade do trabalho melhora e você vai lucrar mais.
Esse é o pulo do gato. Simples assim.
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